Rolling Stone - 2009 CREDITOS:JONASBRASIL.COM
Com seu mais ambicioso álbum até agora, os Jonas Brothers estão indo atrás de credibilidade no rock. Mas o que vai acontecer quando as garotinhas pararem de gritar?
Por Jenny Eliscu
Tradução e adaptação por Letícia Vitória.
Em um estúdio de ensaio com carpete cinza esterilizado em Los Angeles, Nick Jonas é pego por um momento de inspiração: um intervalo musical para a banda de apoio de 10 pessoas dos Jonas Brothers tocar enquanto ele, o vocalista Joe e o guitarrista Kevin fazem a sua saída no final de sua apresentação. O garoto de 16 anos improvisa um simples soul para a seção de instrumentos de sopro de quatro pessoas, então rapidamente monta a idéia para um número orquestrado crescente, instruindo cada um dos quatro músicos da seção de sopro quando entrar. Vestindo uma camiseta branca de gola V, calças justas listradas e Converse de cano baixo, Nick anda para lá e para cá no estúdio, segurando um microfone em uma mão e um bastão preto de whiffle-ball* como uma vara de condutor na outra.
“Tem que ter mais poder do que isso,” ele diz ao baterista Jack Lawless. Ele vira para o diretor musical, guitarrista e educado na faculdade de Berklee de Música, John Taylor. “Você deveria fazer um solo aqui,” ele orienta. Eles praticam o improviso várias vezes, com Nick corrigindo e refinando cada parte, seu sorriso aumentando, sua sobrancelha desenrugando “Funciona! Está vivo!” ele diz. “Eu vou deixar vocês trabalharem nisso. Obrigado por nos agüentar.” Enquanto a banda continua a praticar, Nick joga sua bolsa Prada por cima dos ombros e sai para uma reunião com os executivos da gravadora dos Jonas Brothers, a pertencente à Disney, Hollywood Records.
“Viu, ele é um gênio,” diz seu irmão de 19 anos Joe, apenas brincando um pouco. O tecladista Ryan Liestman diz, “Se Nick tem certeza de alguma coisa, ele tem certeza, e é assim que vai ser. Mas você tende a confiar em seu julgamento, porque funcionou tantas vezes no passado.”
Os irmãos de Nick o chamem de “Sr. Presidente”, e apesar de ele ser o membro mais jovem do grupo, ele é de fato o líder. Nick também é o arquiteto da última, e crucial fase de crescimento da banda: sua tentativa de ir além das raízes do pop adolescente ao mundo do rock & roll adulto. “Alguém na gravadora me disse, ‘Eu aprendi a não apostar contra Nick Jonas, ’” diz seu pai, Kevin Jonas Sr., um ex ministro Pentecostal.
O novo álbum dos JoBros’, Lines, Vines and Trying Times, é seu quarto disco em quatro anos. Os últimos dois, o do ano passado A Little Bit Longer, e o Jonas Brothers de 2007, venderam 1.5 milhões e 1.8 milhões de cópias, respectivamente, e a Hollywood Records acredita que esse vai ser ainda melhor, enviando um milhão de cópias para as lojas em seu lançamento no dia 16 de junho. O título do novo disco é baseado em metáforas que ficavam aparecendo nas letras – “linhas”, como em “algo que alguém conta para você,” disse Nick; “vinhas”, como “algo que fica no caminho que você está”; e “tentativas,” como “onde nós estamos hoje no mundo.” Existe um senso de aspiração no título, e no álbum inteiro por completo; é o trabalho mais aventureiro do grupo até agora. Trabalhando com o produtor de longa data John Fields (ele também produziu Miley Cyrus e a banda de rock cristão Switchfoot), os JoBros experimentaram instrumentos de sopro com pitadas de ska que lembram Weezer e No Doubt, ritmos funk-rock que você ouviria em um Fall Out Boy, uma colaboração com o rapper Common e investidas no country pop. Eles também escalaram alguns elementos do pop grudento, mantendo o foco nas
abundantes melodias para cantar em músicas como “Don’t Speak” e a balada de Nick em nota menor “Black Keys”. “É a primeira música que eu escrevi com as notas menores do piano,” diz Nick. “Eu achei que era uma metáfora legal para como às vezes na vida é melhor manter as coisas no preto e branco ao invés de estragar tudo com cores.”
Os Jonas Brothers atualmente ocupam uma grande área entre o pop adolescente de predecessores como ‘NSync e Backstreet Boys e bandas contemporâneas do jovem rock como The Fray e Switchfoot, que apelam igualmente às adolescentes e suas mães. Eles nunca foram um sucesso de vendas na escala do ‘NSync, mas só nos Estados Unidos eles têm alguns milhões de fãs entusiastas – maioria garotas entre nove e 17 anos que seguem os Jonas Brothers no Twitter, assistem todos os seus chats ao vivo e compram todos os seus CDs. Essas fãs compraram perto de um milhão de ingressos em um final de semana para a nova turnê dos JoBros, que começou no dia 20 de junho na cidade natal do grupo, Dallas. Mas há também sinais de que a Jonas Mania está enfraquecendo entre o público mais jovem da banda. A grande estréia dos Jonases na telona, no filme para todas as idades Jonas Brothers 3-D: O Concerto arrecadou decepcionantes U$19.2 milhões de dólares desde seu lançamento nos cinemas no início desse ano. O ibope do seu seriado estilo Monkees, JONAS, foi inexpressivo o suficiente quando o show estreou em Maio para que a Disney mudasse de seu horário no sábado à noite. Todos na operação Jonas Brothers – os próprios garotos, seus empresários e a gravadora – parecem incertos de como exatamente posicionar a banda para que possam se segurar às leais crianças fãs e ao mesmo tempo se mover para mais perto de conseguir o que mais desejam: credibilidade musical. “Eu acho que nós estamos trabalhando para fazer essa mudança sem ter que desistir de nada,” diz Kevin. “Mas eu acho que isso levará tempo, por causa de onde viemos. Eu honestamente diria para qualquer pessoa, se você estivesse em uma banda como a nossa, você tiraria vantagem dessas plataformas também. É fácil para as pessoas dizerem, ‘Não, eu sou um verdadeiro roqueiro, ’ mas eu acho que você faz o que você deve fazer.” Os garotos dizem que seu maior sonho é ganhar um Grammy, porque isso reflete a aprovação dos seus colegas artistas. Mas eles também insistem que estão perfeitamente felizes com os fãs que eles já têm. “Pessoalmente, eu não estou na banda para dizer, ‘Ei, você precisa nos respeitar, nos levar a sério, ’ porque isso é um pouco idiota,” diz Joe, soando defensivo. “Nós estamos fazendo isso porque amamos, e nós não nos importamos com qual faixa etária nós atraímos. Se eles gostam da nossa música, eles gostam da nossa música, se eles não gostam, tudo bem. Nós não precisamos que você goste da nossa música.”
Nick diz que ele está confiante que a música vai ganhar um novo público. “Você sabe, aquele ditado que diz que percepção é tudo não é inteiramente verdade,” ele diz. “Mas há um lado disso que é, e nós apenas esperamos que se alguém vier a um show, eles vejam que nós tocamos nossos próprios instrumentos e que vão embora com uma compreensão muito melhor do que nós fazemos. Mas nós também não tememos de onde viemos, e quem sabe se nós estaríamos onde estamos hoje se aquela percepção não estivesse lá.”
Nick Jonas começou tentando entender a arte da música pop clássica bem jovem: Começando com Stevie Wonder quando ele tinha 11 anos, ele também estudou os catálogos de Elvis Costello, Prince, Johnny Cash e Neil Diamond. Quando ele vem me buscar em seu novo Dodge Challenger preto uma manhã, ele traz junto uma pilha de LP’s em vinil que ele trouxe de casa, de presente. “Eu tentei ficar longe dos álbuns com grandes sucessos,” ele disse sobre a seleção: Transit Authority, de Chicago, sua cópia extra de “My Aim is True” de Costello, Spirits Having Flown dos Bee Gees e His 12 Greatest Hits de Diamond. “Música, para mim, vem em estações,” ele diz. “Eu escuto um artista, então eu mudo para o próximo e tento aprender o quanto eu puder. Eu gosto de ser inspirado por outros artistas, pegar o que eles fizeram e tentar fazer algo com aquilo.” Em casa, os garotos compartilham uma coleção de vinis – 100 novos e usados LP’s que o seu co-diretor Phil McIntyre os deu no último natal, junto com um toca discos. Nick admite que ainda está distante do caminho de uma fase Dylan. “Estou guardando-os,” disse ele secamente.
Nick começou a cantar quando ele tinha três anos de idade, em cima da mesa de café na casa de seus avós segurando um regador de peru* como se fosse um microfone. “Ele sabia quando tinha três anos de idade que ele iria fazer música na sua vida, e que era melhor ele se preparar,” diz seu pai. “Nós tínhamos fitas de todos esses grandes shows da Broadway como Peter Pan e Les Misérables. Ele fazia os papéis e cantava as músicas. Então veio a bateria, depois a guitarra e então o piano.”
“Desde que consigo lembrar, eu tinha a idéia de me apresentar,” diz Nick. “A Broadway parecia o lugar ideal para isso. Eu não me lembro de ver um show da Broadway até estar em um. Meus pais viram Les Miz quando eu tinha seis anos, e eles voltaram e ficaram tipo, “Você consegue fazer isso.” Ele conseguiu papéis em A Christmas Carol e Annie Get Your Gun, mas não levou muito tempo até que ele sentisse o final daquela carreira se aproximando. “Existe essa regra não falada entre as crianças que você tem que ser pequeno para estar na Brodway por bastante tempo,” ele diz com um sorriso. “Normalmente há uma competição entre as crianças, tipo, ‘ Quem é o menor?’ quero dizer, você literalmente entrava no lugar, e eles ficavam, ‘Qual é a sua altura?’ E 1,21 era o limite. Quando cheguei a 1,19, eu estava fazendo A Bela e a Fera, e foi tipo, ‘Tudo bem, está quase acabando. ’ Eu fiz Les Miz depois disso, mas eu já tinha começado a pensar sobre o que fazer depois.”
Os três irmãos contribuíram para o processo de composição das músicas, mas Nick faz a maior parte do trabalho. “Por muito tempo, eu estive frustrado com as fórmulas de composição de músicas,” ele diz, explicando que quando assinou seu primeiro contrato solo com a Columbia em 2004, ele tentou se juntar com vários compositores pop. “Todas as pessoas com quem eu escrevi foram muito legais, mas às vezes alguém dizia, ‘Se você tiver uma idéia, me conte, mas eu que vou fazer isso. ’ E era tipo, ‘Ah, cara! Eu tenho idéias! ’ Foi melhor quando pude escrever com meus irmãos, porque nós estávamos ainda sem saber da nossa habilidade de escrever uma música. Nós estávamos escrevendo tanto que se uma música não fosse boa o suficiente, esperançosamente a próxima seria melhor.”
Assim que Nick, Kevin e Joe escreveram seu primeiro hit, “Mandy”, em 2004, o pai deles os sentou para ensiná-los sobre composição de músicas dividida, publicação, rendimento restante e outros detalhes sobre o negócio. Ele diz que queria que eles entendessem que estavam prestes a entrar em um negócio, um onde pessoas talentosas não têm garantia de uma chance por muito tempo. “Foi importante para mim que as escolhas não fossem ditadas a eles,” diz Kevin Sr., que também é um ex aspirante a músico ele mesmo, e o fundador da divisão musical de Christ for the Nations (Cristo para as Nações), uma organização feita para treinar artistas gospel. Kevin Sr. diz que ele sempre foi verdadeiro com os garotos, até incluindo-os em complicadas decisões financeiras. “Eu queria que eles não apenas estivessem equipados para sonhar, mas se sentissem autorizados a sonhar.” ele diz, falando gentilmente, mas enfaticamente, com sua fala lenta de pastor. “Se eles dizem, “Nós queremos isso, isso e isso, ’ realmente o assunto vira dinheiro. E então nós temos a discussão sobre dinheiro com os garotos: ‘Aqui tem uma escolha a longo prazo e uma a curto prazo, e é escolha de vocês. Vocês têm que saber o que estão ganhando. ’ Sabe, eles são donos do negócio. “Todos nós trabalhamos para eles.”
O verão dos Jonas Brothers já tinha vendido mais de um milhão de ingressos ao redor do mundo quando os irmãos voltaram para a casa em Dallas seguindo uma série de datas promocionais na América do Sul. A família, que vivia em Wyckoff, Nova Jersey, recentemente se mudou para uma casa de U$2.8 milhões de dólares com vista para a sexta e sétima passagens livres do campo de golfe privado da comunidade. Embora a banda de apoio e equipe dos JoBros’ viaje em uma frota de 13 ônibus seguida por 19 caminhões de equipamentos, os garotos irão voar de cidade a cidade com seus pais e empresário em um jato 767 alugado, fazendo viagens noturnas freqüentes de volta para Dallas. A saída com 53 datas marcadas apresenta sua mais cara e elaborada produção até hoje – um palco circular multimilionário de viagem, sendo em maior parte idéia do hiperativo guitarrista de 21 anos do trio, Kevin. Em Dezembro passado, Kevin virou um sofá circular em seu camarim do México para demonstrar sua visão de um palco circular com partes que levantavam e baixavam como pedaços de pizza. “Começamos a enviar desenhos do palco para ele depois da conversa”, disse o diretor de turnê Rob Brenner, que produziu turnês para os Backstreet Boys e Britney Spears. “Ele me perguntava todo dia, ‘Algum desenho novo? ’ No fim ele estava fazendo um modelo em escala 3D do palco inteiro.” Kevin diz que levou apenas dois dias para construir o modelo com isopor e cola.
A propensão imaginativa de Kevin combina com sua atenção obsessiva à estratégia de negócios e o ponto principal financeiro. Uma manhã em Los Angeles, enquanto ele estava arrumando seus cachos para uma sessão de fotos, ele diz que leu na internet que o homem que patenteou o primeiro protetor para mãos de copos de café ganha um centavo por cada um feito. “E você sabia que os Americanos compram 40 milhões de copos de café por dia?” ele diz. Ele fica persistentemente mastigando números, fazendo as contas de cabeça, e até lembrando-se de esconder um dos iPhones de seus irmãos durante um vídeo chat do Facebook, para que não irritasse a Verizon, que é co-patrocinadora da turnê dos JoBros’.
É necessário um time de 180 pessoas – 80 que viajam com a turnê, 100 técnicos locais em cada cidade que o grupo visita – mais de 10 horas para construir o enorme palco circular, que contém duas passarelas que levam a palcos menores que sobressaem em lados opostos. No principal, círculos concêntricos rodam em direções opostas, para que enquanto Nick e seu piano branco giram no sentido anti-horário, Joe e Kevin movem-se no sentido horário ao seu redor. Kevin explica que ele se inspirou assistindo um concerto filmado da boyband Take That. “Eu queria que tivessem muitas partes que se mexessem, para que então nós não fossemos as únicas coisas se movimentando no palco,” ele diz, descrevendo um guindaste de aproximadamente 9 metros que levanta de uma das passarelas e desce sobre a platéia enquanto os JoBros’ esborrifam suas fãs com uma espuma branca e ensaboada. Há também vários elevadores hidráulicos e três renques de luzes e painéis iluminados e um aparelho chamado de “tela de água.” “Nós falamos, ‘Nós queremos, façam acontecer,” diz Kevin. “Nós temos uma operação ao nosso redor que nós administramos. Não administram pela gente, ou é ditado para nós. Tudo que nós fazemos, nós assinamos embaixo desde o início.”
Nos bastidores do American Airlines Center em Dallas, onde o time de produção da turnê ergueu o grande palco para duas semanas de ensaios, Kevin fica obcecado sobre se ele e seus irmãos deveriam usar microfones fixos ao invés dos microfones sem fio para usar na cabeça que eles estavam usando para os ensaios. “É uma coisa tão pequena,” ele diz, “mas de repente, nosso publicitário receberá ligações de pessoas querendo perguntar sobre como nós viramos a próxima boy band. É nisso que vai se transformar não importa o que fizermos – sempre vai até o extremo.”
Os Jonas Brothers podem ser os virgens mais famosos da América – satirizados em todo lugar desde as piadas de Russel Brand no VMA de 2008 à South Park por causa dos anéis de pureza que eles dizem que usarão até o dia em que se casarem. Mas virgindade pode ser útil: Andar perto dos Jonas Brothers me lembra de um episódio de Seinfield em que o George se abstém do sexo e se transforma em um gênio de várias tarefas porque ele liberou todo esse espaço cerebral. Suas atividades são constantes e intensas, e encarando tudo isso, eles são equilibrados, profissionais e educados, quase nunca reclamando ou resmungando ou fazendo qualquer das coisas normais que três garotos da idade deles fariam frente a tanto estresse contínuo. Mas quando pedem para comentar o aspecto mais notório de sua fama, Nick se transforma em um político tenso. “Quando for sobre decisões que nós fizemos que algumas pessoas podem não achar necessariamente boas,” ele diz, “é uma coisa pessoal, e isso é tudo.” Ele então muda o assunto para algo adequadamente não-controverso: “E a outra grande concepção errada seria que nós realmente não gastamos tempo com nosso cabelo. Essa é outra coisa que eu gostaria de esclarecer.”
Kevin tem uma namorada, Danielle Deleasa, de sua cidade natal Nova Jersey, mas seus irmãos estão publicamente livres. Nick namorou a estrela pop adolescente Selena Gomez no ano passado, e Miley Cyrus no ano anterior, mas o relacionamento mais intenso de um JoBro’ até agora foi o romance de Joe com a cantora country Taylor Swift. Ela escreveu “Forever and Always” depois que Joe terminou com ela em uma ligação de 27 segundos, e, em LV&TT, ele responde com a música que ele co-escreveu chamada “Much Better”, onde ele canta, “Estou farto de super estrelas e todas as lágrimas de sua guitarra.” (Swift tem uma canção chamada “Teardrops in My Guitar” (Lágrimas em minha guitarra). “Relacionamentos te dão idéias sobre o que escrever,” diz Joe, “mas às vezes é difícil ser honesto. Quero dizer, você tem que ser, mas é tipo, ‘Eu não quero realmente dizer qualquer coisa ruim sobre essa pessoa, mas eu simplesmente vou escrever. ’ É assim que acontece.”
Talvez seja a síndrome do filho do meio, mas Joe normalmente é o Jonas ímpar, deixado para tagarelar com os membros da banda de apoio ou jogar no seu iPhone enquanto os irmãos comandam o show. Ele é um ingênuo, brincalhão estilo Ashton Kutcher com um talento para auto-depreciação e comédia corporal. No início de Junho, depois de dar às fãs a chance de escolher entre três potencialmente humilhantes encenações para que ele fizesse em um vídeo, Joe vestiu uma malha preta e salto alto e improvisou a dança de “Single Ladies (Put a Ring On it) da Beyoncé em um vídeo que teve mais de cinco milhões de visualizações em uma semana. Quando Joe faz coisas como essa, o Papa Jonas diz “De onde veio isso? “Ele tem uma renúncia despreocupada que poucas pessoas têm.”
Joe nem sempre foi extrovertido. “Nós estávamos fazendo uma turnê por escolas de ensino fundamental e ensino médio quando o Nick foi diagnosticado com diabetes,” disse o baixista Greg Garbowski, que co-escreveu o hit dos JoBros’ “Tonight” e duas músicas do Lines, Vines and Trying Times. “Na verdade o Joe era o tecladista, e Nick era o homem de frente. Eles diziam, ‘Nick precisa sentar ao piano, ele precisa descansar. ’ Foi quando eu vi Joe sair de sua concha. Ele era um garoto quieto antes disso, mas ele teve que se apresentar quando seu irmão ficou doente. Em duas semanas, Joe estava subindo nos amplificadores e agindo como um homem de frente maluco.”
Quando a banda começou, Joe admite que ele sentia vergonha de não ser um músico tão competente quanto seus irmãos. “Eu estava tão preocupado em tentar tocar instrumentos, porque nós queríamos que as pessoas soubessem que nós éramos uma banda de verdade,” diz o vocalista. “[Meus irmãos] conseguem simplesmente pegar um instrumento e tocar.” E então, soando como um cara que pousou na lua antes de conseguir sua licença de piloto, ele acrescenta, “Mas com o tempo, eu percebi, olhe para o Mick Jagger, olhe para o Bono: Eles tocam instrumentos aqui e ali, mas é a coisa deles ficar correndo pelo palco. Por um tempo, eu ainda estava tentando descobrir, ‘Como você consegue fazer parecer legal? ’ Eu sei que parece clichê dizer ‘Seja você mesmo’, mas é a verdade.”
Muitas horas em um longo dia de ensaios da turnê, Nick reúne seis membros da banda e da equipe para um jogo de whiffle-ball no estacionamento do American Airlines Center. Ele pega quatro bases de borracha de uma caixa de papelão com equipamentos esportivos que os Jonas Brothers levam para todo lugar, cuidadosamente contando cerca de uma dúzia de passos entre cada uma enquanto as dispõem em formato de diamante. Muitos fãs que escutaram os garotos anunciar o local onde estariam no chat do dia anterior no Facebook estão pendurados em uma grade de uma ponte de concreto, gritando, “Nós queremos um lançador, não um coçador de umbigos” enquanto o co-empresário McIntyre sua pela camisa azul de botões enquanto joga as bolas na direção de Nick.
Os garotos encaixam na agenda esportes sempre que podem; durante os ensaios da turnê eles apressam o almoço para jogar basquete na quadra de aquecimento dos Mavericks de Dallas. Os três são competitivos, mas Nick leva o prêmio; sua intensidade ambiciosa pode tornar um jogo amigável de whiffle-ball em uma batalha por dominância suprema. Quando alguém do time da produção chega ao estacionamento para arrastá-los de volta para o trabalho, eles continuam jogando até que o time de Nick ganhe com um home-run de desempate feito pelo saxofonista Randy Ellis.
Os irmãos não têm tempo para vida social, mas eles fazem acontecer, liberando vapor com sua banda de apoio, equipe, empresários, assistentes e, claro, com eles mesmos. “Nós tentamos os rodear com bons amigos,” diz Kevin Sr. “E sabe o que mais? Se eles quiserem namorar, eles namoram. Se eles querem sair com alguém e conhecê-los melhor, eles conseguem fazer isso não importa o tipo de reação popular que isso talvez crie. E por outro lado, o círculo interno deles é seguro. Aqui, você é Kevin, Joe e Nick, e mesmo se você cometer um erro, nós o amamos. Você não é perfeito. Bem vindo ao clube. A pressão não vem de mim ou dos meus co-empresários para que eles sejam sem defeitos, ou aparentem ser. Isso é algo que o mundo tenta fazer com eles.”
Ainda assim, o pai se preocupa com a pressão que os filhos colocam em si mesmos. “Minha maior preocupação com eles é que eles saiam de tudo isso inteiros,” ele diz. “Eu quero que eles aproveitem a vida e sejam capazes de viver a vida que eles quiserem.”
Hoje à noite em Dallas, no entanto, Kevin está preocupado com uma meta de meio tempo: ganhar de McIntyre em um jogo de ping-pong. Duas vezes. “Era um duas-ou-nada, certo?” ele diz, enquanto ganha a segunda partida. Depois de perder U$1, 000 dólares para Kevin em uma rodada de golfe pela manhã, McIntyre perdeu mais U$200 dólares para ele. Kevin ainda estava animado quando me sentei com os três irmãos no seu camarim no final de outro dia de 12 horas. Nós falamos sobre como eles todos gostariam de aprender a cozinhar (“Um bom omelete é o segredo da vida,” Nick diz) e se algum deles planeja ir para a faculdade. Joe encolhe os ombros. Kevin diz que provavelmente não. Nick acha que talvez um dia ele estude Literatura Americana, embora ele diga, “Não sou um grande leitor... eu amo escrever, mas quando eu tento manter um diário, eu escrevo algumas coisas na página e começo a pensar, ‘Isso não fez sentido; Eu deveria apenas escrever uma música sobre isso. ’”
Agora, eles estão tentando manter a perspectiva, e não são adversos à crítica. “Eu acho que as pessoas não percebem que quando eles tiram onda da gente, nós estamos rindo também,” diz Joe, que se largou em sua cadeira nos bastidores, vestindo uma camiseta de futebol vermelha e jeans justos pretos. “Todo South Park ou, sei lá, é tipo, ‘Isso é hilário. ’”
“E nós ouvimos tudo antes,” continua Kevin. “Sabe, eu escutei tudo isso quando estava no colégio. Então é tipo, tanto faz, façam seus comentários. No final do dia, eu sei quem eu sou como pessoa. E eu acho que as pessoas esquecem por causa do que nós fazemos que nós crescemos, também, e que nós mudamos. Nós temos uma jornada de vida para seguir nós mesmos.”
“Quando falamos em mudança,” Nick acrescenta firmemente, “a música pode mudar, nossas vidas podem mudar, mas quem nós somos como pessoas não irá. Eu acredito que as pessoas que nós éramos antes de começarmos a banda são as mesmas de hoje. Nós só crescemos em altura.”. Então, do canto da boca surge um sorriso travesso. “Quero dizer, eu sou o mais alto, mas...”
“Há um lado muito competitivo nosso, como você pode ver,” diz Kevin. “Eu apenas vou dizer: eu comecei a ganhar de todo mundo no golfe.”
“Bem, sim,” Nick responde. “Mas eu não tenho jogado.”
Whiffle-ball é uma variação do jogo de baseball, feito para jogar dentro ou fora de áreas menores ou confinadas. No jogo se usa uma bola de plástico emborrachada leve e um longo bastão (tipicamente amarelo) de plástico.
Regador de Peru não é uma coisa muito comum na cultura brasileira. Na verdade, trata-se de uma espécie de conta gotas, só que bem maior, onde se coloca o tempero do peru, e vem da expressão “turkey baster”, que é usada pra falar sobre essa técnica de temperar o peru (e o objeto usado para isso é que o Nick usava como microfone, hehe)