MATÉRIA COMPLETA DE NICK PARA A BILLBOARD BRASIL

05/04/2010 14:54



Aos 17 anos, o caçula dos Jonas Brothers fala em se candidatar a presidente e lança trabalho solo “adulto”, com músicos da ex-banda de Prince.

Não, os Jonas Brothers não estão se separando. Mas o membro mais jovem do trio que vendeu 4,3 milhões de álbuns, de acordo com o Nielsen SoundScan, está estreando seu projeto paralelo Nick Jonas & The Administration com o lançamento de Who I Am (Hollywood Records).

Não se trata de um projeto adolescente: o novo disco combina o apelo juvenil dos irmãos Jonas à excelência de veteranos da industria musical. O Administration é formado por John Fields - que a muito tempo é produtor dos Jonas Brothers - no baixo, e por membros do New Power Generation: Sonny Thompson, Michael Bland e Tommy Barbarella. O álbum foi gravado em duas semanas no Blacbird Studio, em Nashville. Mas Nick, 17 anos, diz que já vinha guardando há dois anos, ideias para músicas solo - canções um pouco mais “agressivas” do que as que compõe com seus irmãos.

O primeiro single, “Who I Am, estreou em 2 de dezembro no show de indicações ao Grammy Awards da rede americana CBS. Em meados de janeiro, ele aparecia na oitava posição do ranking Heatkers Songs da Billboard e já contabilizava venda de mais de 120 mil downloads, de acordo com Nielsen SoundScan.

Por que você decidiu ter um projeto paralelo?
Aconteceu há cerca de dois anos, quando comecei a compor algumas músicas que não eram o estilo dos Jonas Brothers. Eu estava me inspirando em Elvis Costello, Prince, Stevie Wonder - caras que sempre admirei muito. Depois de compor umas 8 músicas, pensei: “Seria ótimo gravar isso um dia”. O timing deu certo - tínhamos duas semanas de descanso da turnê e das gravações que estávamos fazendo. Fomos a Nashville com The Administration e gravamos este álbum.

Duas semanas é um prazo apertado para gravar um álbum inteiro.
Nashville foi muito intenso e eu estava empolgado, mas um pouco nervoso. Depois que cheguei lá e sentei com os músicos por 10 minutos, percebi que seria possível. Na verdade, foi menos de duas semanas - cerca de oito dias - e a mixagem durou mais quatro.

Fui embora de lá com um CD do qual tinha muito orgulho. Acho que tudo gira em torno de aprendermos uns com os outros. Quando chegamos lá, era eu compartilhando uma ideia para uma música e, se ela não estivesse pronta ainda, nós trabalhávamos juntos. Elas foram gravadas como nos anos 60 e 70: ficávamos em cabines isoladas e gravávamos simultaneamente, em vez de fazer como hoje é feito em grande parte da música pop, quando grava-se um instrumento de cada vez, com um monte de sobreposições. Decidimos fazer isso de um jeito meio cru e real, como se estivesse gravando uma banda de verdade e isso gerou uma energia boa no estúdio também.

O que considera difícil ao se ajustar a esse novo estilo de gravação?
Errar nesse processo de gravação. Eu não sabia o que esperar disso. Eu já conhecia alguns dos músicos - Michael Bland e John Fields - mas Tommy Barbarella e David Ryan Harris [que tocou guitarra no álbum; Sonny Thompson é o guitarrista da turnê.] eram novos. Nos reunimos e falamos sobre como eu achava que as coisas poderiam ser. Foi a melhor aula que eu poderia ter. Prince tem grande participação nesse projeto todo, porque muitos desses caras são do New Power Generation. Muitas vezes era algo como “acho que poderíamos fazer isso como naquela música do Prince!”. Como se eu esquecesse por um minuto que eles foram esses caras que tocaram na música... Eles estavam bem ali do meu lado.



Fale sobre “Who I Am”, o single e o álbum.
De todas as músicas [do álbum], esta provavelmente é a mais pessoal, já que conta uma história sobre mim. Ela fala sobre querer encontrar alguém que o ame por aquilo que você é. É a segunda canção que gravamos para o álbum e ainda é uma das minhas favoritas. Outra que se destaca é “Rose Garden”. É a história de uma jovem que encontra sua segurança num jardim de rosas - que é onde ela quer que você esteja na vida, é aonde você se sente mais confortável. Entre as músicas divertidas estão “Last Time Around” - a influência de Stevie Wonder é nítida - e “Olive & An Arrow”. Essa está ligada ao conceito da presidência e tem uma das minhas frases favoritas: “Nunca fomos tão ligados na honestidade/ Mas prometa/ Que me contará quando estiver mentindo.”

Com os títulos das músicas e o nome da banda, parece óbvio que você está muito interessado na administração presidencial. Porque?
Sempre fui fascinado por isso e, em parte, porque espero ser presidente um dia - espero me candidatar. Outro motivo é que eu acho é que isso reflete muitas coisas sobre quem somos neste país e nesta cultura. É incrível como você pode ligar coisas a este assunto - as letras de “Conspiracy Theory”, “State Of Emergency”, “Olive & An Arrow”, “Rose Garden”.

Quer mesmo se candidatar a presidência?
Já disse isso ano passado meio como piada, porque muita gente falou: “Você é um líder, parece que você poderia se candidatar a presidência um dia”. E eu disse: “Legal”. Mas outro motivo é que eu quero muito saber se existem alienígenas, este é o verdadeiro motivo. Se existir um modo de saber isso sem ter que me candidatar a presidência, talvez seja uma boa ideia.

Você precisa dar um jeito de ir à Area 51 (apelido de uma base militar americana que fica em nevada e está ligada a teorias da conspiração que envolvem extraterrestres, incluindo os supostamente encontrados em Roswell).
Exatamente.

Mas, a curto prazo, você só sairá em turnê com The Administration.
Este álbum deve ser tocado ao vivo. Por isso, quando nos juntamos e começamos a ensaiar, parecia que haveria muitas oportunidades de expandi-las para versões ao vivo. Eu sei que vai ser uma experiência emocionante cantar todas essas músicas, tento colocar o máximo de sentimentos nelas, sabendo que a própria turnê terá esse tipo de clima intimista. Quero que as pessoas realmente ouçam a música, por isso quero que fiquem sentadas como nos teatros.

Você acaba de abrir um perfil no Twitter. Porque só agora?
Gosto muito do Twitter. Tive receio dele durante muito tempo. Temos um [perfil] como Jonas Brothers e tem sido bom para falar com nossos fãs - temos mais de um milhão de seguidores. Mas com meu perfil individual, pensei: “Este poderia ser um meio de estabelecer uma conexão com os fãs deste projeto”. Eu acho que já tenho mais de 100 mil de seguidores. É tão instantâneo - você pode dizer qualquer coisa ou começar qualquer tipo de burburinho.
Você se sente como se estivesse conversando diretamente com as pessoas.

O que você aprendeu com sua experiência nos Jonas Brothers que se aplica a sua carreira solo?
Estou muito grato por eles terem me dado tempo para esse projeto. Não estar com eles será um pouco diferente, mas acho que eles sempre estarão ao me lado porque foi assim que aprendi a ser quem sou no palco com a música.

Qual o próximo passo para os Jonas Brothers?
Vamos filmar a segunda temporada de nossos programas de TV. JONAS e Camp Rock estão pra sair e faremos outra turnê mundial. Além disso, o reality show com o Disney Channel, Living The Dream, será realizado. O primeiro que fizemos foi uma apresentação de nosso mundo - mas este mostrará o lado verdadeiro de como é estar longe em turnê e longe de casa.

Você tem interesse na carreira de ator?
Não tenho certeza. Eu acho que a música vem primeiro. Mas se o papel certo aparecer e fosse algo pelo qual eu fosse apaixonado, poderia até tentar.

Team Brasil/JBR